domingo, 13 de março de 2011

ROUPA DE GRIFE

Longe de mim, tecer regras absolutas, normas de conduta, principalmente quando inerentes ao sentimentalismo, às coisas do coração. No entanto, observo um fenômeno meio estranho: as pessoas estão ''vendendo e comprando'' sentimento. É muito comum casais com uma diferença de idade de décadas, e quase sempre tem um lado com dinheiro e estabilidade e o outro sem. Obviamente, cada caso é único, mas parece-me que estão sendo esquecidas algumas coisas básicas.
É como se fosse mais importante chamar a atenção dos outros , do que propriamente ser feliz. Como posso ser feliz , sem ser querido e desejado como homem? E com pode uma mulher, viver com um homem sem amá-lo , pensando apenas em todo conforto e sofisticação que o dinheiro do mesmo irá lhe proporcionar? Não se pode viver só de desejo, mas pode-se viver bem, sem senti-lo? Parece-me um engano mútuo, onde o fingimento nunca poderá ocupar o imenso vazio que inevitavelmente entrará em cena. Tentei falar disso na seguinte canção:

ROUPA DE GRIFE

De: César Sorato

Eu poso resgatar-te da pobreza
Dar-te uma vida de princesa
Muito além do Andaraí

Vestir teu corpo com roupa de grife
O que de mais belo existe
Tudo certo e daí?

Eu posso te levar pra Bariloche
Pra Cancun ou New Iorque
Mas o que que vai mudar?

Se não posso comprar o teu desejo
Nem doçura pro teu beijo
nem o sol pro teu olhar

Perdoe a minha falta de bom senso
Em não reconhecer o meu lugar
Entre cinqüenta e seis e vinte e cinco
Existem diferenças difíceis de ajustar

Te deixo pra ganhar a esperança
Cansei de viajar na ilusão
Ainda sou capaz de ser amado
Ser querido desejado
De viver uma paixão






INDIFERENÇA . . .

há algum tempo atrás reencontrei uma mulher que fora no passado uma de minhas primeiras paixonites. Trocamos algumas palavras: o que ambos estamos fazendo da vida, onde moramos. Nada muito fora do comum, até porque nem eu nem ela estamos mais livres. Esse é, no entanto,
um prato cheio pra quem carrega no peito a predisposição de compor, e evidentemente terminaria numa nova canção, misturando realidade, ilusão e alguns outros ingredientes que se fazem necessários.

INDIFERENÇA

De: César Sorato


Melhor assim
Eu tenho medo do meu próprio sentimento
Quem vai saber como termina esse momento
Se de repente eu resolver te encontrar

Melhor assim
Restou carinho, do meu lado mais que isso
Mas você têm um outro alguém , um compromisso
Nessa loucura eu posso até te complicar

Então faz de conta que eu nunca fui teu
Que foi só um sonho o que a gente viveu
Que nossos momentos ficaram no ar, sem deixar cicatriz

Quem sabe o destino ou qualquer coisa assim
Um dia te leve pra perto de mim
E eu possa olhar nos teus olhos , dizer que eu nunca te esqueci

Melhor assim
Peço perdão se parecer indiferença
É só um jeito de negar tua presença
É só disfarce , pra não ter que me entregar